sexta-feira, 24 de maio de 2013

Papel de gênio!

 
A matemática representada por uma arte milenar, se aprofunde em Origami.
Uma sequência de dobras realizando a interseção científica e exata para solucionar problemas. Conheça, desperte seu interesse pela arte e matemática.

Exemplos de utilização...
Nos paraquedas, que têm de ser dobrados e guardados do jeito certo, porque senão é queda na certa.
Em pousar uma sonda espacial em Marte (como fez a Nasa), envolve os mesmos desafios, só que dessa vez levando em conta a gravidade menor e a temperatura extremamente baixa.
No encaixe dos airbags nas estreitas colunas de direção e na previsão de como um carro é amassado em acidentes graves.
No design de velas solares dobráveis e no projeto de painéis de satélites, nestes se utiliza o método de “dobra de mapas” criado por Koryo Miura.
Auxiliar no estudo de arranjo dos átomos nas moléculas (através do modelo de papel), desenvolvido por Robert M. Hanson (autor do livro Molecular Origami, “Precision Scale Models from Paper”, e criador do programa de computador Molecular origami, onde se é possível imprimir várias estruturas moleculares em dobraduras de papel).
Na pesquisa de dobramentos das proteínas, por Demain, acredita-se que as proteínas possuem uma sequência correta de dobras na sua formação e que “dobras ruins” são responsáveis por certas doenças.
Nas áreas do estudo da química, pelas quais ligações iônicas e covalentes podem ser representadas como modelos feitos de origami (O livro Molecular “Models with Origami” de Yoshihide Momotani, trás por exemplo, aldeído, uma ligação covalente e um modelo de DNA).
Na robótica, para a programação em computador do tipo de automatização.
Na automatização de atividades com materiais flexíveis, tais como, dobrar camisas, jornais e outros.

Um pouco da história...
   Em 1721, o origami com a matemática já aparece bem expressa no livro “Wakoku Chiyekurabe” (do autor Kan Chu Sen), apresentando questões envolvendo resoluções de problemas que exigem raciocínio matemático, utilizando o origami como uma ferramenta significativa para sua compreensão.
    No Japão em 1911 nasce Akira Yoshizawa(*) que  desenvolve a dobragem criativa do origami (o Sasaku Origami), considerado o mestre do origami , no qual teve seu reconhecimento após o ano de 1950, foi precursor da técnica do "wet-folding", pela qual se utiliza o papel úmido para se criar um volume e formas mais harmoniosas nos modelos.
   Em 1980, o japonês Jun Maekawa e o americano Peter Engel, estudaram os aspectos geométricos de dobrar papel, pela qual desenvolveram o chamado "origami complexo".
   Os origamistas geométricos (físicos, matemáticos e arquitetos) descobriram que no ato de dobrar o papel além da atividade artesanal (criativa e artística), se encontra o “fenômeno da precisão matemática”, obedecendo há vários princípios matemáticos formados por axiomas (**).
   Em Madras (Índia) no ano de 1893, surge o livro o “Geometric Exercises in paper folding”, (Exercícios geométricos na dobradura de papel) por Tandalam Sundara Row, possuindo a intenção de mostrar a possibilidade na construção de polígonos regulares por origami e demonstrar certas proposições geométricas com auxílio das dobraduras.
   Na atualidade, entre os teóricos mais conhecidos encontra-se o engenheiro Robert J. Lang(***), que criou um programa de computação chamado "TreeMaker" (de 1993, que consiste na criação de um algoritmo onde se pode provar que qualquer forma poligonal, seja ela uma simples estrela ou um dragão, pode ser feita ao dobrar um pedaço de papel na sequência correta e depois cortá-lo).  Lang chegou a classificar as relações entre origami e ciência em três categorias, sendo essas o “origami matemático" (descreve as leis que regem os origamis), o “origami computacional” (consiste de algoritmos e da teoria para a solução de problemas de dobraduras) e o “origami tecnológico” (aplicações das teorias sobre origami na engenharia e na indústria).

Origami computacional...
    Erik Demaine (****) - O matemático natural de Halifax (no Canadá), que transformou o origami num movimentado campo de descobertas científicas.
    O campo do “origami computacional” (no qual Erik Demaine é o principal cientista), se tem muitas aplicações importantes e surpreendentes, o modo como os materiais se dobram de maneira compacta e as formas que adotam ao se reabrir são a sua essência.
     Em 2001, com apenas 20 anos, Deimaine se tornou o professor mais jovem a ser contratado pelo “Instituto de Tecnologia de Massachusetts (O MTI, na sigla em inglês)”. Dois anos depois, ganhou a prestigiada Bolsa MacArthur (chamada de “bolsa dos gênios”). E em 2008, o Museu de Arte Moderna quis comprar três peças do seu origami (criadas em colaboração com o pai, Martin).
 “Nota: Quando terminou sua graduação, Demaine já havia solucionado dois problemas antigos e importantes no campo das estruturas dobráveis do origami.”
   O convívio com Demaine, com a qual possui uma combinação de curiosidade excêntrica aliada a modéstia intelectual, acaba por se tornar fácil e divertido trabalhar com o mesmo. Seu talento com a atuação transforma suas aulas em um estilo inimitável, certa vez (em um Halooween), ele deu uma aula sobre a melhor maneira de embrulhar bombons de chocolate, porém usando um enorme chapéu de bruxo azul e uma longa túnica preta.
“Nota: Ele sempre prefere pensar junto com outros em vez de se sentar sozinho cogitando no escritório, relata o Professor Joseph O’Rourke (do Smith College)”
     Os projetos e pesquisas mais recentes do brilhante canadense nos permitem um vislumbre do futuro, computadores “pintados” na parede e até os segredos biológicos da vida.

Reportagem em destaque:
Origami de dinossauro, foi feito com um papel de mais de 25 metros quadrados, estando neste mais de 30 pessoas trabalhando em conjunto (entre adultos e crianças). Vale a pena conferir!
Veja Aqui...



Acima de tudo quero que vocês descubram a alegria da criação a partir das vossas próprias mãos. A possibilidade de criação a partir do papel é infinita.
―Akira Yoshizawa

Conheça também o “Papercraft”...
     Papercraft (Pepakura, Paper toy, Cube Craft, Paper Models 3D) é um método de construção de objetos tridimensionais a partir de papel, semelhante ao origami. Contudo, distingue-se em que a construção geralmente é feita com diversos pedaços de papeis separados, que posteriormente são cortados e colados. 
Saiba mais Aqui...
(*)Akira Yoshizawa: mais conhecimento em, Referência 01, Referência 02 
(**)Axiomas: são verdades inquestionáveis universalmente válidas. 
(***)Robert J. Lang: mais conhecimento em, Referência 01, Referência 02 
(****)Érik Demaine: mais conhecimento em, Referência 01,Referência 02, Referência 03 
Curtiu, saiba mais sobre o assunto em: Referência 01, Referência 02, Referência 03, Referência 04 (Trabalhos/ Projetos sobre o assunto) Referência 05, Referência 06

Acompanhe também a primeira parte em: A arte milenar, o origami

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